quinta-feira, 22 de março de 2007

dessas coisas do amor

A moça chorava no ombro da irmã e dizia:
Deixou seu retrato comigo e saiu dizendo que me amava. Havia lá fora um vento zunindo no domingo lento. Saiu com destino à capital. Eu fui me despedir na rodoviária e o vi dentro do ônibus. Vi seu olhar perdido ali. Vi seu olhar em mim e a blusa que carregava na mão. Até me pediu para não usar mais aquele batom vermelho, sem a sua presença.Era ele, sim, indo logo ali, mas prometendo voltar. Agora estou aqui feito um pano velho esquecido no varal. É ele que mexeu comigo e por isso não consigo terminar meu curso de amor que fiz por correspondência em uma dessas revistas de fofoca. Se alguém souber do paradeiro dele ...


(texto adaptado de uma contadora de estórias, aqui da minha região, sobre a moça que pirou esperando o moço que nunca veio)

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