segunda-feira, 30 de outubro de 2006

pra cima

Parecer estrela
subir
ir pra cima
andar aéreo
perder o medo da queda e
nunca esquecer:
"atrás de uma vida mono
ligar sempre um som estéreo!"

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

I N F Â N C I A

a minha rua nasceu numa curva
nasceu torta entortando retas
cachorro chegava mordendo
criança ficava brincando
criança passava crescendo
íamos todos com alguma coisa bem feliz estampada na cara
e os mais velhos diziam que carregávamos a felicidade
na ponta do nariz

domingo, 22 de outubro de 2006

"PÉS"

Vento
Tempestade
Agitação
Mar bravo
Eu remo.
Mesmo perdido há uma direção.
Não farei mais caminhos olhando os "PÉS".
Se eu for barco, que passe bancos de corais e arrebentações
E que o amor dance no vento e tudo se acalme, caso o milagre do amor ocorra em "NÓS".

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

outra forma

Nunca colocarei grade entre a gente. Há uma janela aberta pra te
ver. Um vento estranho, às vezes, vem querendo fechar tudo, mas sempre a poesia tentará te tocar de uma outra forma. Por nada, quase nada,há sempre um beijo na entrelinha.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Esquina

Voltou sozinha pra casa. Ardia a febre da tarde em seu rosto. Sentiu saudades de um outro tempo. Limpou o batom e fez cara de choro. Daí começou a fazer as suas verdades. Estava puta com o descaso e foi fazendo as malas, catando seus trecos. Saiu sozinha dali e o resto de amor que havia ali saiu com ela. Sumiu. Nunca mais voltou. O coitado casou-se outra vez, mas o trauma é grande. Hoje faz tudo que a mulher quer, inclusive abastece o carro para que ela passeie sabe-se lá com quem. E nas vezes em que vai até a esquina, dizem que ainda procura aquela que o abandonou. O primeiro amor nem sempre passa.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

cedo ou tarde

Eu sei que o tempo passa até entre os dedos, mas sou feliz também observando o tempo. Se chego tarde ou se chego cedo, tempo pra ser feliz não importa: eu chego.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

deste ponto

Das velhas coisas surgem as novas e o amor salta entre todas as coisas. Sinto na pele as suas palavras e meus olhos não fazem silêncio. Sinto acordes de uma canção antiga e deixo tudo neste momento sair deste ponto: a velha canção enche minha alma de força. Estou forte e reforço o sentimento por quem amo. Sou tomado por isso. Parto disso e deixo-me tocar por sua alma também. Sou assim mesmo. Relaxo com as velhas canções. A alma e o olhar se enchem de saudade. É o coração quem me diz.