domingo, 27 de agosto de 2006
fly away
Tomo remédio de curar saudade e deliro. Vejo montanhas vindo a Maomé. Aparam minhas asas e jogam-me na cela. Liquidam meus gestos em espaços de idéias baratas. Arquivam minhas histórias. Gigantes me encaram e embrulham pra presente o meu querer. Confesso que só na manhã seguinte livro-me do pesadelo e saio com minha asa nova. Juro estar curado e o coração, ao menos isso, manterei aquecido. Vôo longe. Ainda não sei pra onde. Nunca mais tomarei remédio sem orientação médica. Sinto que estou melhorando, sei lá, realmente sinto. Mas volta e meia ela chega e ainda fico confuso. Será que saudade é a soma dos meus amores entre o sentir e o sentido?
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